nov.2015
simbiose

Entendo que ao falar de coletivo questões ocultas aparecem, questões de culto, de culto ao oculto e essas ideias se entrecruzam. E quando penso nesse nome, nessa ideia para o coletivo, não penso nela como sendo algo temporário ou como forma de ancorar todas as ações de maneira literal, ou seja, agir no secreto, sem que deixemos que algo seja visto (no sentido da visão que perpassa o conhecimento racional), mas como uma nuvem que paira sobre nossas cabeças e que acumula chuva, que esconde o sol ou compõe o céu junto com ele.

Muitos rituais são feitos em roda, na roda circulam as energias e na roda é onde as pessoas se encontram, como é em algumas cerimônias religiosas, como é em algumas danças. A roda liga morte e vida num ciclo que termina para começar outro, como na natureza, onde nada tem fim.

Estamos em um grande ritual todos os dias, executando gestos com simbolos claros a um determinado tipo de grupo ou oculto para outro, que relaciona questões de cada indivíduo dentro do coletivo. Os rituais podem ser individuais, mas só são tidos como rituais e só são executados através de uma percepção coletiva, de uma necessidade do indíviduo de sentir-se parte, de atender a uma demanda social. Escovar os dentes, almoçar entre um certo horário e outro, dormir a noite são rituais que executamos imbuídos de outros rituais que fazemos em grupo, fazemos em dupla ou fazemos sós, mas sempre contando com a percepção micro e macro. Uma independe da outra, mas que só existem porque são a mesma coisa.